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  • carolrodes

Síndrome do chicote - acidentes automobilísticos


Acidentes automobilísticos são a segunda maior causa de morte no país. Além de muitos casos fatais, estes acidentes podem ter outras consequências, como fraturas, amputações e lesão medular.

Porém existe um tipo de lesão muito frequente em acidentes de trânsito, porém pouco comentada e entendida: a síndrome do chicote.

No Brasil, 300 a cada 100.000 habitantes são atendidos em setores de emergência por ano devido a esta síndrome. Considerando que muitos casos não são reportados nem diagnosticados, podemos afirmar que a incidência desta lesão é muito maior.

O mecanismo do chicote ocorre por uma aceleração-desaceleração de transferência de energia aplicada ao pescoço, e por isso é muito associada a acidentes de carro, já que é decorrente de freadas bruscas e/ou colisões.

O impacto na região cervical pode causar lesões ósseas e em tecidos moles, podendo ocasionar diversas manifestações clínicas, como cervicalgia (dor no pescoço), rigidez cervical, tontura e perda de equilíbrio, parestesias (distúrbios sensoriais como formigamento ou hipersensibilidade ao frio), alterações motoras no pescoço, e até problemas cognitivos, como a perda de memória. É comum também, além da dor cervical, dores em ombros, braços e coluna.

Esta série de sintomas pode se iniciar imediatamente após o acidente, ou até 15 horas depois. Entretanto, não há um critério diagnóstico concreto da síndrome, somente os sintomas referidos pelo paciente. É importante também realizar exames clínicos e de imagem para descartar fraturas, lesões musculares ou medulares.

A síndrome foi classificada segundo a Quebec Task Force em 4 graus:

- Grau 1: sem sem sinais físicos, mas com queixa de dor, rigidez e hipersensibilidade cervical;

- Grau 2: presença de problemas musculoesqueléticos como diminuição da amplitude de movimento e áreas de hipersensibilidade;

- Grau 3: Presença de sinais neurológicos, como déficits motores e/ou sensoriais ou anormalidade dos reflexos miotendíneos;

- Grau 4: Presença de fraturas ou luxações.

Apesar de não ser inteiramente esclarecida, acredita-se que existam lesões ocultas relacionadas ao mecanismo do chicote, como microfraturas nas articulações facetárias das vértebras. Também é possível que ocorram microlesões e distensões de estruturas como a cápsula articular, ligamentos, artérias, tecido neural e ânulo fibroso dos discos intervertebrais.

O tratamento inicial da lesão do chicote costumava ser a imobilização com colar cervical, porém estudos recentes concluíram que a imobilização prolonga o tempo de recuperação da síndrome. Portanto, o tratamento indicado atualmente é a fisioterapia. Com exercícios funcionais, deve-se aos poucos recuperar a amplitude de movimento e reeducar a musculatura, para que esta retorne aos padrões de movimento anteriores à lesão.

Por ser comumente associado a sintomas de estresse pós-traumático, o tratamento psicológico também é de grande valia para a recuperação dos indivíduos com a síndrome do chicote.

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