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  • carolrodes

Luxação de ombro


"Não foi nada, é só uma luxação..."

Essa é uma expressão muito comum de se ouvir, entretanto está muito errada. Quando ocorre um trauma, muitas pessoas se preocupam em ver se não houve fratura, mas consideram que não foi tão grave, se tiver ocorrido uma luxação. Este é um grande erro! A luxação é uma lesão que pode ser tão grave, ou às vezes pior que uma fratura sem deslocamento (numa fratura com deslocamento ocorre a fratura e a luxação concomitantes, e é mais grave ainda).

A luxação ocorre quando há deslocamento entre os ossos de uma mesma articulação. Neste caso, há perda total ou parcial (subluxação) da congruência articular; e de acordo com o grau de luxação pode acompanhar estiramento ou rompimento de estruturas adjacentes como cápsula articular, tendões e ligamentos, ou até nervos e vasos sanguíneos em casos mais graves.

Os sintomas de luxação são:

-incapacidade de realizar alguns movimentos

-dor ao movimentar

-edema local

-formigamento e/ou dormência da região

Uma das luxações mais comuns é a de ombro. Pode ocorrer por quedas sobre o braço, golpes em esportes de contato, ou por movimentos bruscos e repetidos, como por exemplo arremessos do handball ou braçadas da natação realizadas de maneira inadequada.

Uma lesão comumente associada à luxação do ombro é a lesão de Hill-Sacks. Conhecida também como Fratura Hill-Sachs, esta lesão consiste em uma fratura com afundamento da cabeça do úmero. É o resultado de impactação forte da cabeça umeral luxada contra a glenoide anterior quando o ombro é luxado anteriormente.

Outra lesão que ocorre bastante é a lesão de Bankart, que consiste numa lesão do lábio da glenóide na sua porção anterior. No lábio da glenóide estão inseridos os ligamentos glenoumerais, que conferem boa parte da estabilidade do ombro. Quando o ombro luxa, o local mais comum de ocorrer uma lesão dos ligamentos glenoumerais é justamente na região do lábio da glenóide, que descola da escápula. Na cirurgia para tratamento da luxação do ombro, o procedimento mais comumente realizado é a reinserção do lábio da glenóide na escápula.

Em qualquer um dos casos, é necessário avaliação do ortopedista e exames de imagem como raio-X e ressonância magnética para determinar se o tratamento será conservador ou cirúrgico.

Independente da escolha do médico, a fisioterapia será necessária, primeiramente para diminuir dor e inflamação e depois para restaurar amplitude de movimento e força da articulação. Sendo assim, na fase inicial do tratamento fisioterápico, recursos como TENS, ultrassom e laserterapia são ótimos para diminuir edema e acelerar o processo cicatricial. Em segunda fase, existem diversos exercícios ativos que ajudam a restabelecer força e movimento. É muito importante que se dê atenção também aos exercícios de estabilização escapular, muitas vezes negligenciados, pois eles também garantem u menor índice de recidiva da lesão.

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