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  • carolrodes

Dor – defeitos da máquina ou um alerta do sistema?


A dor, por muito tempo, foi considerada na biomedicina como um sinal de algum tipo de lesão ou patologia em algum tecido do nosso corpo – órgãos e vísceras, tendões, ossos, etc. Similar a uma máquina com uma peça quebrada ou enferrujada, o corpo sentiria dor por ter peças com “defeito”, certo? Bem, hoje sabemos que não é exatamente assim. A forma que o cérebro processa e expressa a sensação da dor, mais do que indicativo de uma lesão propriamente dita, é como o disparo de um alarme como forma de alerta para o que o sistema do corpo lê como ameaça.

Dessa forma, a dor musculoesquelética, que lidamos na Fisioterapia, tem sido entendida de uma forma muito mais complexa e ampla. Isso porque se percebe que a dor pode refletir e/ou ser influenciada não apenas pela existência ou ameaça de uma lesão de fato, mas também um estímulo que o corpo entende como potencialmente lesivo, ou o medo de algum movimento (por uma memória de dor anterior, por exemplo), ou ainda o estranhamento em realizar um movimento novo que ainda não é entendido como seguro, ou mesmo indicar uma condição desfavorável daquela região para lidar com o estímulo/carga recebido (por falta de condicionamento, por uma condição de pré-inflamação ou simplesmente por estar cansado).

Outros aspectos do cotidiano como sono, alimentação, hidratação, saúde psicoemocional e relações interpessoais também podem influenciar uma determinada dor – para mais ou para menos. Em dores crônicas principalmente, a dor persiste por tanto tempo que inclusive passa a ter um aspecto cognitivo, e uma representação cerebral específica, que associa sensações, comportamentos e memórias à dor de uma determinada região.

Assim sendo, um olhar apenas mecânico e linear em relação à dor não é mais suficiente, e por isso compreender os aspectos multidimensionais da dor é essencial para o tratamento. O olhar e a avaliação da Fisioterapia possibilita avaliar e relacionar os diversos possíveis fatores envolvidos na queixa de dor, tanto na avaliação inicial quanto ao longo do processo de reabilitação. A partir daí podem então ser propostas abordagens terapêuticas eficientes, e que não percam de vista esses aspectos multidimensionais e integrais do indivíduo.

Se você tem uma dor persistente, ou uma “dorzinha que vem e volta”, e que ainda não sabe o que fazer, marque uma Avaliação Fisioterapêutica!

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